Fábulas do Sonhar

Com apenas catorze anos, o jovem Mark
sentia-se como se fosse um adulto, agia de maneira imprudente tentando em uma
última esperança demonstrar o quanto era maduro, por mais imprudente que agia,
sua mãe nunca lhe deu a mínima atenção, tudo que o jovem queria era que uma
vez, somente uma vez fosse reconhecido como um herói, não como vilão. Eram
assim todas às vezes, ninguém o compreendia da forma correta, todos buscavam
explicações lógicas para os acontecimentos, mas nunca tentaram enxergar o
verdadeiro problema. Mark era diferente dos outros, mas parecia que ninguém
mais notava isso a não ser seu melhor amigo, o jovem sentia-se como maduro
pronto para enfrentar o vier, mas sempre algo acabava arruinado seus planos.
Uma vez, caminhando pela calçada de sua casa, um jovem o abordou, não de
maneira que o assustasse, mas sim como um amigo, ele aparentava ter seus
dezesseis anos, ou mais, com os olhos furtivos, que ao se olhar com atenção
aparentava estar tentando decifrar sua mente, ou invadi-la, mesmo assim Mark o
cumprimentou e os dois conversaram por horas, o garoto se parecia muito com
ele, esperto, inteligente, e acima de tudo também conseguia decifrar sonhos.
Mark o observava com atenção, e admiração, até que o garoto com quem estava
conversando de repente se transformou, era algo surpreendente, até mesmo para
Mark, que já vira de tudo. O jovem estava brilhando, aumentando seu tamanho,
até que algo estranho aconteceu, em um gesto de desespero, Mark tentou
empurra-lo, mas ao toca-lo o garoto simplesmente desmaiou. Mark o observava
surpreso, não mais com a transformação, mas sim com o que ele havia feito, como
havia conseguido colocar aquele jovem para dormir tão facilmente?
*Com apenas um toque... – Pensou Mark.
Enquanto observava o corpo do jovem que conhecera a pouco tempo caído no chão,
Mark tentava entender como havia feito aquilo tão facilmente, e porque isso
nunca ocorrera com ele antes.
Em um momento de terror, Mark fugiu o mais depressa que pode.
*Para um lugar seguro. —Pensou ele.
Enquanto corria, a imagem do jovem deitado passava pela sua mente a todo o
momento, como se sua mente também tentasse entender como tudo ocorreu. Mark
estava inda na direção de sua casa quando algo o fez parar.
Uma moeda dourada estava na calçada, exatamente na fissura entre dois blocos de
concreto, não se sabia se a moeda era realmente de ouro ou se era algum material
mais barato, ainda assim, Mark a pegou e examinou a mesma.
Uma das faces continha a imagem de um prédio, com muitos andares, já na outra
face da moeda, jazia o número 1, que estava perfeitamente desenhado sobre a
moeda, como se havia sido feita para fazer parte de uma coleção. O jovem pensou
um pouco, e então resolveu por a moeda em seu bolso para que pudesse examina-la
melhor quando chegasse em casa.

***

Chegando a porta de
sua casa, Mark parou um pouco, estava pensando se era realmente seguro voltar
em casa por essas horas. Sua mãe sempre o avisara para que não voltasse para
casa antes das cinco. Sim, é um pouco estranho uma mãe pedir isto a seu filho,
mas era assim que sua mãe sempre agira, Mark esperou mais um pouco, até que com
apreensão abriu a porta. Entrando pela cozinha, ele não via nada de diferente.
*Porque minha mãe não gostaria que eu viesse aqui agora? –Se perguntou Mark.
Caminhava pela cozinha quando ouviu vozes vindo da sala de estar...

Continua...