Em Série
Saiu do trabalho, entrou no carro e seguiu pela Avenida São Paulo. Suas mãos tremiam, estava suando. Pensava no futuro de sua filha, em seus bens, em tudo. Nada mais lhe parecia ser algo positivo, com exceção do sinal aberto que pegou e o engarrafamento que evitou dobrando na esquina mais próxima. Ele sabia que seria a próxima vítima.
Parou o carro, respirou fundo, desceu. Desceu naquela esquina vazia, sem nenhuma alma viva passando. Mas não se sentia sozinho, pelo contrário, sentia alguma coisa próxima a si, mas isso o arrepiava. O jovem sabia das ondas de assassinatos que ocorriam por toda a cidade, sabia também o perfil das vítimas. Mas apenas ele sabia. Apenas ele deduzira a ligação entre cada vítima, apenas ele.
Um ruído veio de trás das latas de lixo. Seus olhos seguiam institivamente para o lugar do barulho, mas não encontrava ninguém, nem nada que pudesse culpar pelo barulho. Sua mente ficava confusa, sua expressão de perplexidade era esbanjada em sua face. Seu coração batia cada vez mais e mais rápido.
De repente todo o barulho parou, as gotas de água que caiam em sincronia pareciam ter parado, assim como o opaco barulho dos carros na avenida. Um estranho se aproximou e com uma faca o rendeu. O susto foi imediato. Não gritou, teve sua garganta cortada. Não reagiu, estava assustado demais. Quando tentou correr já era tarde, suas pernas estavam amarradas e seus braços também, sua cabeça estava inclinada para que seus olhos pudessem ver passo a passo do assassinato. A tortura encerrava, enfim, com a faca enfiada em seu peito. E acabava, então, mais um dia na grande São Paulo.
Saiu do trabalho, entrou no carro e seguiu pela Avenida São Paulo. Suas mãos tremiam, estava suando. Pensava no futuro de sua filha, em seus bens, em tudo. Nada mais lhe parecia ser algo positivo, com exceção do sinal aberto que pegou e o engarrafamento que evitou dobrando na esquina mais próxima. Ele sabia que seria a próxima vítima.
Parou o carro, respirou fundo, desceu. Desceu naquela esquina vazia, sem nenhuma alma viva passando. Mas não se sentia sozinho, pelo contrário, sentia alguma coisa próxima a si, mas isso o arrepiava. O jovem sabia das ondas de assassinatos que ocorriam por toda a cidade, sabia também o perfil das vítimas. Mas apenas ele sabia. Apenas ele deduzira a ligação entre cada vítima, apenas ele.
Um ruído veio de trás das latas de lixo. Seus olhos seguiam institivamente para o lugar do barulho, mas não encontrava ninguém, nem nada que pudesse culpar pelo barulho. Sua mente ficava confusa, sua expressão de perplexidade era esbanjada em sua face. Seu coração batia cada vez mais e mais rápido.
De repente todo o barulho parou, as gotas de água que caiam em sincronia pareciam ter parado, assim como o opaco barulho dos carros na avenida. Um estranho se aproximou e com uma faca o rendeu. O susto foi imediato. Não gritou, teve sua garganta cortada. Não reagiu, estava assustado demais. Quando tentou correr já era tarde, suas pernas estavam amarradas e seus braços também, sua cabeça estava inclinada para que seus olhos pudessem ver passo a passo do assassinato. A tortura encerrava, enfim, com a faca enfiada em seu peito. E acabava, então, mais um dia na grande São Paulo.
Capítulo II
Uma semana depois do assassinato do detetive Getúlio as dúvidas ainda pairam no ar. No local do crime (uma estreita passagem) só havia o corpo e nada mais. Sem digitais, sem DNA, sem nenhuma pista. O carro do detetive ainda estava na passagem, com a porta aberta. Dentro do carro não havia nenhum objeto pessoal, nem mesmo a papelada com a qual foi visto saindo pela última vez.
A cidade inteira estava traumatizada, o pânico era visível. Após as oito horas da noite quase ninguém saia nas ruas, os estabelecimentos fechavam e a segurança estava significativamente reforçada, não se via tanta precaução desde muito tempo. Os jornais noticiavam o tempo todo as poucas notícias sobre a investigação, quase parada já.
Ashley, uma das investigadoras do caso, estudou minuciosamente o assassinato de seu parceiro, tentava achar um padrão nas mortes, coisa que Getúlio já havia conseguido. A investigadora estava em um restaurante analisando os papeis que havia recebido quando percebeu um homem se aproximando.
O estranho usava uma roupa incomum, vestia uma camisa toda branca com detalhes cinzas quase imperceptíveis, colocava por cima uma espécie de jaleco preto, sua calça era apertada e também preta e usava botas de mesma cor da vestimenta. Ashley ficou surpresa com o que via, não pelo fato de o moço possuir uma vestimenta tão incomum, mas algo chamara atenção dela naquele homem.
A detetive analisou o homem dos pés a cabeça, reparou em tudo, sabia que havia algo suspeito por mais que não conseguisse encontrar, estava confusa e assustada, pensava que possivelmente estava de frente com o assassino mais temido da história da cidade. Enquanto pensava no que fazer, Ashley percebeu que o homem caminhava em sua direção, com passos incrivelmente sincronizados, com uma elegância tremenda.
- Está tudo bem. – Disse ele. – A série de assassinatos nessa cidade obedece a um padrão, senhorita. Você não se encaixa nele. – Continuou.
Ashley começou a soar, suas mãos tremiam, seus olhos arregalavam. Ela estava entrando em desespero. Quase gaguejando ela perguntou ao homem:
- Como pode saber disso? – O moço a olhou fixamente e respondeu, confiante - É óbvio, senhorita. Eu leio jornais. Qualquer um perceberia esse padrão.
Neste momento a detetive se levantou e pegou seu telefone de imediato, chegou a apertar algumas teclas mas fora interrompida pelo homem. Ashley olhou para os lados e percebeu que não havia nenhum cliente no restaurante, apenas ela, o garçom e o homem estranho. Tentava soltar seu celular das mãos do homem, antes de pensar em gritar uma faca fora lhe enfiada na garganta. O garçom estava fechava as janelas enquanto recolhia os pratos da mesa. Ashley caia no chão e o homem misterioso ia embora pelas portas, como se nada tivesse acontecido.
A cidade inteira estava traumatizada, o pânico era visível. Após as oito horas da noite quase ninguém saia nas ruas, os estabelecimentos fechavam e a segurança estava significativamente reforçada, não se via tanta precaução desde muito tempo. Os jornais noticiavam o tempo todo as poucas notícias sobre a investigação, quase parada já.
Ashley, uma das investigadoras do caso, estudou minuciosamente o assassinato de seu parceiro, tentava achar um padrão nas mortes, coisa que Getúlio já havia conseguido. A investigadora estava em um restaurante analisando os papeis que havia recebido quando percebeu um homem se aproximando.
O estranho usava uma roupa incomum, vestia uma camisa toda branca com detalhes cinzas quase imperceptíveis, colocava por cima uma espécie de jaleco preto, sua calça era apertada e também preta e usava botas de mesma cor da vestimenta. Ashley ficou surpresa com o que via, não pelo fato de o moço possuir uma vestimenta tão incomum, mas algo chamara atenção dela naquele homem.
A detetive analisou o homem dos pés a cabeça, reparou em tudo, sabia que havia algo suspeito por mais que não conseguisse encontrar, estava confusa e assustada, pensava que possivelmente estava de frente com o assassino mais temido da história da cidade. Enquanto pensava no que fazer, Ashley percebeu que o homem caminhava em sua direção, com passos incrivelmente sincronizados, com uma elegância tremenda.
- Está tudo bem. – Disse ele. – A série de assassinatos nessa cidade obedece a um padrão, senhorita. Você não se encaixa nele. – Continuou.
Ashley começou a soar, suas mãos tremiam, seus olhos arregalavam. Ela estava entrando em desespero. Quase gaguejando ela perguntou ao homem:
- Como pode saber disso? – O moço a olhou fixamente e respondeu, confiante - É óbvio, senhorita. Eu leio jornais. Qualquer um perceberia esse padrão.
Neste momento a detetive se levantou e pegou seu telefone de imediato, chegou a apertar algumas teclas mas fora interrompida pelo homem. Ashley olhou para os lados e percebeu que não havia nenhum cliente no restaurante, apenas ela, o garçom e o homem estranho. Tentava soltar seu celular das mãos do homem, antes de pensar em gritar uma faca fora lhe enfiada na garganta. O garçom estava fechava as janelas enquanto recolhia os pratos da mesa. Ashley caia no chão e o homem misterioso ia embora pelas portas, como se nada tivesse acontecido.