O que houve com o Alex?

Escrito por Kazuyashi em 16/04/2012

OBS: Contém palavras de baixo calão. Se você possui algum pudor com relação a isso, por favor, peço para que não prossiga na leitura.

OBS²: O texto é uma mescla de linguagem formal e informal. Às vezes o informal pode se tornar mais informal ainda.

OBS³: As palavras em itálico são: ou palavras de origem estrangeira, ou neologismo, ou citação entre aspas.

Se você não entendeu o título, é um maker que utiliza a engine por volta de 2/3 anos e foi criado, segundo Gil Brother: “a leite com pêra, ovomaltino e pão com mortandela”, tendo à disposição pixel arts únicos, mapas esplêndidos repletos de efeitos e detalhes, OSTs com qualidade excepcional e própria para os projetos, design com a pica maior que a do Kid Bengala, um roteiro que faria o Stevie Wonder voltar a enxergar só para lê-lo e o Spielberg se contorcer de raiva por não tê-lo escrito, scripts tão poderosos que são capazes de reproduzir a feição desconhecida de Deus e eventos capazes de desenvolver uma indústria automobilística pós-moderna, e não sabe como poderia viver sem tudo isso, nem se dê o trabalho de continuar lendo este texto. Você não será capaz de compreender a essência clichêrizoza, velharca, saudonista e precariosa do desabafo que se desenvolverá. Agora, caso decida ler, mesmo após o aviso prévio fornecido, esteja preparado para conhecer um mundo oculto e esquecido, talvez até pré-feudal, onde apenas poucos makers puderam adentrar, viver e desenvolver as mais poderosas skills, capazes de derrotar até mesmo a fusão de Chuck Norris com o Stiven Sigal e o Batman (sim, porque eu gosto do Batman e ele é foda e ponto).

Afinal, gente, o que houve com o Alex? Alguém sabe onde ele está? Será que algum dragão o matou antes que pudesse salvar a vigésima sétima princesa da sua vida e ninguém nos avisou? Sinto falta da época em que roteiros de RPG se limitavam ao fato de o protagonista ser um mercenário contratado pelo rei para salvar a sua filha que foi cruelmente raptada, sem motivo algum, pelo dragão verde. Sinto falta do castelo, da vila, da floresta e de todo o cenário ser reproduzido com o chipset do RTP. Sinto falta das falas inúteis dos NPCs, e isto quando eles tinham fala. Sinto falta dos arquivos MIDs e das MIDs ripadas de Final Fantasy, Bahamut Lagoon, Chrono Trigger e Earthbound. Sinto falta dos chars ripados desses jogos. Sinto falta do System verde ou “royal” padrão do RTP. Sinto falta da tela de título de mapa-mundi e da tela de título da nuvenzinha escrito “RPG(fuckingjapanword) 2000”. Sinto falta do termo “Heryi”. Sinto falta da época em que ser “eventer” significava saber fazer uma introdução de história em “processo paralelo” e o tal do scripter nem sonhava estar no saco escrotal da Enterbrain. Design?! Ah, claro, tínhamos o paint ou, se você fosse um puta de um profissional, o Idraw Chara Maker 99. Caraca, heim? Eu arrebentava no Idraw! Fazia altas conversões de imagens para 256 cores. Essa era a mágica do RPG Maker. Essas adversidades que faziam de nós makers. O que houve com o Alex, minha gente? Será que o Adam o matou e assumiu seu lugar? O que será de Brian, Carol, Deiji, Enrike, Arkon, Homes e Helen sem ele? Os Slimes terão de se acostumar morrer para Adam, Lilian, Clark e Sara?

É, Alex, parece que o seu tempo passou e você, meu velho, está velho. Se você estiver vivo, essa é a hora de se intoxicar de uísque, se afogar em uma poça de vômito e chorar depressivamente, enquanto observa o esvair de toda uma vida de glórias salvando e fodendo com princesinhas gostosas e de bojos com a circunferência do balão que você usava como veículo de transporte. Você não é mais o mesmo, os makers não são mais os mesmos, e os RPGs não são mais os mesmos. Quem somos nós então?

Só espero que o Adam não morra para o August Shade, caso contrário daqui alguns anos teremos outro desabafo depressivo de um maker leite-aperoado ovomaltinense.