Pingueiros
“Há muitos anos atrás, navegar era uma tarefa arriscada. Os navios carregados de riquezas, atravessando continentes para realizar a troca de comida por dinheiro ou utensílios... Porém, mesmo sendo navios de grandes latifundiários e governadores provinciais, armados até os cascos, eram furtados por navios de madeira pura, com sujeitos sujos, dentes podres, roupas rasgadas... Enfim, uma imundícia total. Assim que eram avistados os navios com uma bandeirola real, os marujos ladrões entravam em ação. Tiros de canhões para lá e para cá. Espadas afiadas que cortavam só de olhar. Alguns até usavam balizas ou arcos e flechas. Ligavam uma ponte de um navio para o outro, atacavam, matavam, roubavam... Esses assaltantes são conhecidos como piratas.“"Disparar" era a palavra mais usada nas épocas
“piratescas”, adquirida no vocabulário do capitão
Gregor, da elite dos piratas do aterrorizante
Triângulo das Bermudas. Um papagaio sempre ao seu ombro, um pedaço de madeira no lugar do pé esquerdo, um tapa olho e uma vós de homem
bêbado e
sujo... Sua especialidade era roubar
ouro,
cobre e a preciosa
cachaça ou mais conhecida como
pinga. Porém, do outro lado do mar, existia um grupo de piratas denominados
Pega-Pinga, pelo fato de também serem especialistas em roubos de
tragos.
Em certa época do ano, perto da ilha de
Loua-del-mar, os dois capitães encontravam-se e começavam um combate até um dos dois cair, porém, nenhum dos dois jamais desistiu dessa guerra indomável. Porém, desta vez, no ano de
1812 essa luta finalmente poderia ter um fim. Os dois atacaram-se com tudo o que tinham. O capitão
Gregor teve uma estratégia brilhante. Em seu pensamento, 80% de seus marujos deveriam ficar de tocaia na pequena ilha, esperando um sinal ou uma brecha para atacarem o inimigo desprevenido ao cair da luta. O restante de seus homens ficariam a bordo com o mesmo, atacando e ajudando seu superior... Mas daquela vez, o mensageiro de
Gregor (
Petter), tentou-lhe mostrar uma tática. Os seus homens nadavam por baixo dos dois navios com tubos de
cana-de-açúcar para respirar pelas suas bocas. Eram engatilhados seus revólveres movidos a
pólvora e atiravam no casco do inimigo, fazendo assim seu navio afundar. Porém, o grupo
Pega-Pinga já se preparava para a emboscada graças a um espião disfarçado a bordo do navio inimigo.
Seu atirador mais vesgo e burro foi chamado para palpitar. Disse-lhe assim:
-
Báh chefe,
atiremo embaixo do nosso barco pra mata esse
bando de infeliz,
sô!! –
O capitão, mais burro ainda, decidiu aceitar a proposta do retardado. Deram tiros de canhões embaixo do próprio casco e até o do inimigo.
O navio do grupo de piratas
Pega-Pinga afundou junto com toda tripulação, assim como os navegadores do navio do capitão
Gregor, perdendo-se assim toda
cachaça e todo o
ouro dos navios mar a dentro, e os dois líderes, morrendo afogados em suas próprias burrices... Ou não!